Perdi-me? Não!
Uivei à Lua,
e caminhei na floresta escura.
Abandono a grande velocidade a civilização,
mas,
tenho um rumo:
Das Rouge Berlin!
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Compartimento
Vamos fazer amor neste compartimento? (disse ela)
Não, os teus labios hoje não estão escarlate o suficiente. (disse eu)
e
o peixe-tenor pairou sobre nós...
sábado, 23 de maio de 2009
“Just for one moment.”
“Just for one moment.”
e
dois segundos
a chuva que caiu a dois palmos
lambeu
me
as costas frias
e
disseram-me que a parede branca
era afinal negra
sorri de vergonha
e fui
me.
e
dois segundos
a chuva que caiu a dois palmos
lambeu
me
as costas frias
e
disseram-me que a parede branca
era afinal negra
sorri de vergonha
e fui
me.
domingo, 29 de março de 2009
late
Corrige-me as tentações
Escrevo sobre a merda e o sangue apodrecido.
Escrevo
e
ela late como uma cadela vadia escurraçada
late
late
late.
Escrevo sobre a merda e o sangue apodrecido.
Escrevo
e
ela late como uma cadela vadia escurraçada
late
late
late.
Um nó no estômago colabora com um sorriso.
Deixo-me cair em
Deixo-me
me
Não sei
Sinto.
Minto.
Deixo-me
Deixo
me
me
Não sei
Sinto.
Minto.
Deixo-me
me
Não sei
Sinto.
Minto.
Deixo-me
Deixo
me
me
Não sei
Sinto.
Minto.
sábado, 28 de março de 2009
Memória:
Esqueceste
te
Esqueceste
te
de
Urtigaspaginadas pelo sal
Espremido de suor
e
um pardal de bico encarnado.
terça-feira, 24 de março de 2009
segunda-feira, 23 de março de 2009
domingo, 15 de fevereiro de 2009
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
«P»
As minhas pernas fogem-me…
A lingua torce entre os dentes…
Tenho as meias púrpura rotas,
e
já caminho descalça pela rua.
Um carro branco passa e apita.
Grito – «Puta!»
A lingua torce entre os dentes…
Tenho as meias púrpura rotas,
e
já caminho descalça pela rua.
Um carro branco passa e apita.
Grito – «Puta!»
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Eu
“Água da torneira com cheiro a lixívia” – lavo-me, lavo-me, esfrego-me até à queda fatigada da minha pele… Apenas na indústria estriada de olhares vulgarmente indiscretos dou a minha mão. Desejo ser desejada. Amo a contrição de espada.
Fulminem-me os canhões numa tarde de trovoada e oiçam-me gemer pelas entranhas brancas.
Fulminem-me os canhões numa tarde de trovoada e oiçam-me gemer pelas entranhas brancas.
domingo, 1 de fevereiro de 2009
Ama-arga
O meu corpo perdeu a sua feminilidade. As minhas esguias curvas são agora secas e rectilineas como na geometria dos pássaros de inverno. Sou cavernosa sem luz ao fundo do túnel. Dispo-me e nada sinto. O rouge falha-me e torno-me ausente. Dispo-me, dispo-me, dispo-me e ainda assim não me rasuro… quero levitar, mas o peso dos dias não me permite… arrasta-me o fundo azul melodicamente melancólico.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Noite calma.
«A janela do quarto é alta e ao olhar por ela apenas telhados cinzentos vejo. Hoje odeio-me e odeio o mundo. Odeio o meu cheiro. Odeio cada plano que tracei para o meu futuro. Tudo é falso e inócuo. Sinto-me desalinhada das estrelas… »
Berlin/m
«Aproximo-me a 135km/h. Aproximo-me à distância de uma noite perdida entre os bafos da podridrão que me afoga. Vou embater e esmagar-me em doces pedaços de sangue que a terra vai rejeitar. Flutuarei no Spree livre…»
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